A metodologia utilizada envolveu uma escala que classifica as preferências ideológicas dos entrevistados. Nesta escala, o bolsonarismo foi representado pelos valores 1 e 2, enquanto o petismo foi associado às notas 4 e 5. Os que se posicionaram no meio da escala foram considerados neutros. Além disso, a identificação ideológica seguiu uma escala mais ampla, que variava de 1 a 7, permitindo um mapeamento que abrange desde a extrema esquerda até a extrema direita, facilitando a disposição dos respondententes em categorias como esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita e direita.
O cruzamento dos dados revela que, entre os petistas, 34% se classificam como de direita ou centro-direita, enquanto 47% se identificam como de esquerda ou centro-esquerda. Essa dissonância sugere que uma parte considerável do eleitorado alinhado ao petismo não se reconhece na ideologia tradicional da esquerda, o que levanta questões sobre o entendimento do que essas categorias realmente representam no atual cenário político.
No caso dos bolsonaristas, a maior parte se alinha claramente à direita, com 76% dos entrevistados se identificando como tal. Entretanto, também se observou que 14% desses eleitores se identificam como de esquerda ou centro-esquerda, o que reforça a ideia de uma falta de clareza conceitual em relação a esses termos. Outros 8% se posicionaram no centro, e 2% não souberam responder.
Analisando o panorama geral da pesquisa, 47% dos brasileiros se identificam como de direita ou centro-direita, em contraste com 28% que se posicionam à esquerda ou centro-esquerda. Paralelamente, 40% afirmam alinhar-se ao petismo, enquanto 34% se identificam com o bolsonarismo, o que indica que essas correntes políticas estão ganhando força comparável às categorias ideológicas tradicionais. Essa realidade pode estar relacionada ao carisma das lideranças e ao ambiente polarizado em que se encontra o país, fatores que influenciam a forma como os cidadãos percebem e articulam suas identidades políticas.
