A demência, uma condição que afeta especialmente idosos e prejudica a memória, o pensamento e a capacidade de realizar atividades diárias, tem no Alzheimer um dos principais tipos. A formação de proteínas tau e beta-amiloides no cérebro está associada a essa neurodegeneração. A pesquisa francesa se destaca por abordar não apenas dados observacionais, como é comum em estudos desse tipo, mas também por incluir imagens de ressonância magnética cerebral dos participantes para analisar as mudanças biológicas ocasionadas pela cafeína.
Todos os participantes foram submetidos a avaliações clínicas, neuropsicológicas e biológicas, além de exames cerebrais de ressonância magnética e forneceram amostras de sangue e líquido cefalorraquidiano. O consumo de alimentos e bebidas contendo cafeína foi minuciosamente avaliado, e os participantes foram divididos em grupos de acordo com a quantidade de cafeína consumida diariamente.
Os resultados revelaram que as pessoas que consumiam mais cafeína tinham menos probabilidade de desenvolver declínio cognitivo leve com comprometimento da memória em comparação com aquelas que bebiam quantidades menores de café. Além disso, os participantes que consumiam menos cafeína apresentaram maior aglomeração de proteínas beta-amiloides no cérebro, indicando uma possível associação entre o consumo de cafeína e a redução do risco de demência.
Esses achados são promissores e sugerem que o café, quando consumido moderadamente, pode desempenhar um papel na prevenção do agravamento da demência. No entanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar esses resultados e entender melhor os mecanismos envolvidos nessa relação.