Consumo de carne processada aumenta risco de declínio cognitivo, aponta pesquisa de 43 anos nos EUA, publicada na Neurology.

Uma pesquisa realizada ao longo de mais de quatro décadas nos Estados Unidos trouxe resultados alarmantes sobre o consumo de carne processada e seu impacto na saúde cerebral. De acordo com o estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Harvard e publicado na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia, foi identificada uma relação entre o aumento do consumo de carne processada e o risco de desenvolvimento de declínio cognitivo e doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

Durante 43 anos, 133.771 profissionais de saúde com idade média de 49 anos foram acompanhados de perto pelos pesquisadores. O grupo de “carne processada” incluiu alimentos como bacon, linguiça, salsicha, salame e mortadela, enquanto o grupo de “carne vermelha” contemplou carnes bovina, suína, de cordeiro e hambúrgueres. Os resultados apontaram que indivíduos que consumiram uma média de 0,25 porção diária de carne processada apresentaram um risco 13% maior de desenvolver demência em comparação com aqueles que consumiam menos ou nenhuma carne processada.

Além disso, o envelhecimento cognitivo foi acelerado em até 1,69 anos a cada porção adicional de carne processada consumida por dia. O consumo de carne vermelha também teve impacto, embora menos expressivo, com um aumento de 16% no risco de declínio cognitivo subjetivo para aqueles que consumiam uma porção ou mais por dia.

Embora a pesquisa tenha suas limitações, especialistas destacam a importância dos resultados e aconselham a redução do consumo de carne vermelha e processada sempre que possível. O nutricionista Dong Wang, principal autor do estudo, alerta para os efeitos negativos da carne vermelha rica em gordura saturada, que está associada a doenças cardíacas e diabetes tipo 2, que por sua vez afetam a saúde cerebral.

Apesar das ressalvas dos especialistas, a pesquisa traz à tona a necessidade de conscientização sobre os impactos da alimentação na saúde cerebral e reforça a importância de adotar uma dieta equilibrada e saudável para prevenir doenças neurodegenerativas.

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