Conselho Tutelar de Cajazeiras enfrenta dificuldades para atuar em caso polêmico envolvendo adolescentes e influenciador, por consentimento familiar e respaldo jurídico.

O Conselho Tutelar de Cajazeiras, localizado no Sertão da Paraíba, enfrenta sérias dificuldades na gestão de um caso polêmico que envolve o influenciador digital Hytalo Santos e um grupo de adolescentes, cujas aparições em vídeos geraram controvérsia na comunidade. A conselheira Socorro Pires, que tem acompanhado a situação, revelou que um dos principais entraves para a atuação do Conselho é a falta de posicionamento da mãe de uma das jovens, Kamyla, em relação à participação da filha nas gravações. Ao contrário do pai e dos familiares paternos, que expressaram descontentamento, a mãe parece não ver problema na situação.

De acordo com Pires, a presença de Hytalo, que possui respaldo jurídico considerável, complicou ainda mais a capacidade do Conselho em intervir. Embora a equipe notificasse o influenciador anteriormente devido à sua interação com os adolescentes, a autorização dos pais para que os jovens fiquem sob seus cuidados impede qualquer ação mais rigorosa. “Os pais desses adolescentes autorizam esses jovens a ficar na casa dele”, comentou a conselheira, evidenciando a limitação da atuação do Conselho frente ao consentimento familiar, que é um fator crucial na legislação atual.

O imbróglio gerou polêmica entre os moradores de Cajazeiras e acendeu um debate mais amplo sobre os limites de atuação do Conselho Tutelar, especialmente em casos que envolvem a influência de figuras públicas e a autorização dos responsáveis legais. Socorro Pires alertou que o órgão se encontra em um impasse jurídico que restringe a implementação de medidas efetivas de proteção aos adolescentes envolvidos, ressaltando a necessidade de uma atenção maior para garantir o bem-estar dos jovens em situações similares.

Esse caso não apenas é uma reflexão das complexidades enfrentadas por conselhos tutelares em todo o Brasil, mas também um exemplo claro de como interesses individuais e influências externas podem prejudicar a proteção de menores em contextos onde a legislação deve prevalecer sobre o consentimento. A situação exige uma reavaliação dos mecanismos de proteção e supervisão que o Estado deve garantir em relação aos adolescentes, especialmente quando estas questões envolvem figuras de destaque na sociedade.

Sair da versão mobile