Apesar do cancelamento da cerimônia, a nomeação de Machado como vencedora do prestigiado prêmio permanece válida. O Conselho Norueguês da Paz, que representa 17 organizações independentes, justificou sua decisão ressaltando que a entrega do prêmio não correspondia aos valores defendidos pela instituição. Essa escolha gerou reações diversas entre diferentes setores da sociedade, especialmente considerando o contexto político e social da Venezuela.
María Corina Machado é uma figura proeminente na oposição ao governo de Nicolás Maduro, sendo conhecida por sua luta em prol da democracia e dos direitos humanos em seu país. Seu ativismo tem sido amplamente reconhecido internacionalmente, e sua indicação ao Nobel da Paz simboliza a esperança de muitos em um futuro mais pacífico e democrático na Venezuela. No entanto, o cancelamento da cerimônia levanta questões sobre as dinâmicas entre as organizações de paz e os prêmios que reconhecem a luta por justiça e liberdade.
O desenrolar dessa situação evidencia a complexidade das relações políticas e a sensibilidade em torno de prêmios que, ao mesmo tempo, podem ser vistos como um símbolo de reconhecimento e de controvérsia, especialmente em contextos tão polarizados como o da Venezuela. A decisão do Conselho Norueguês da Paz reflete não apenas suas considerações internas sobre valores e diretrizes, mas também a necessidade de uma reflexão mais ampla sobre o papel e a responsabilidade das instituições ao reconhecer a luta por paz e justiça em um mundo cada vez mais dividido.
