O Conselho de Segurança Nacional, órgão subordinado ao presidente dos Estados Unidos , elogiou nesta sexta-feira o presidente eleito Jair Bolsonaro por “tomar posição contra o regime cubano”. Um texto, publicado em inglês e em português na conta do conselho no Twitter, menciona a oposição de Bolsonaro à participação de Cuba no programa Mais Médicos, ao dizer que ele foi contra o envio de médicos “para o exterior em condições desumanas”.
“Elogiamos o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, por tomar posição contra o regime cubano por violar os direitos humanos de seu povo, incluindo médicos enviados para o exterior em condições desumanas”, diz o texto. Bolsonaro compartilhou a mensagem na noite desta sexta e escreveu “Thank you” (“obrigado”, em inglês).
Na quinta-feira, Kimberly Breier, a principal funcionária do Departamento de Estado para a América Latina, já havia elogiado Bolsonaro, também pelo Twitter. “Que bom ver o presidente eleito Bolsonaro insistir em que os médicos cubanos no Brasil recebam seu justo salário ao invés de deixar que Cuba leve a maior parte para os cofres do regime”, escreveu, segundo O Globo.
Cuba anunciou na quarta-feira a saída do programa Mais Médicos, devido a declarações “depreciativas e ameaçadoras” de Bolsonaro. O presidente disse que “infelizmente” o país não aceitou a continuidade do programa sob a condição de se aplicar um teste para medir a capacidade dos profissionais e destinar o salário integral aos profissionais que estão no Brasil.
O conselho auxilia o presidente dos Estados Unidos em temas ligados à segurança nacional e política externa e coordena as políticas de segurança em vários órgãos do governo.
Conselheiro pode visitar Brasil
O conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, John Bolton, poderá visitar o Brasil nos dias 28 e 29 de novembro para se encontrar com Bolsonaro. Embora nenhum órgão oficial confirme a informação, fontes dizem que o encontro está em estudo. Bolton aproveitaria sua viagem à Argentina, onde participará da reunião do G20 em Buenos Aires entre 30 de novembro e 1º de dezembro, para fazer uma escala no Brasil.
Bolton é um dos principais assessores de Trump e já elogiou Bolsonaro. Ao anunciar a nova política da Casa Branca para a América Latina, em um discurso em Miami em 1º de novembro, comemorou a vitória do candidato do PSL, confirmada dias antes pelas urnas do segundo turno:
— Os Estados Unidos estão entusiasmados com a parceria com países como México, Colômbia, Brasil, Argentina e muitos outros para promover o estado de direito e aumentar a segurança e a prosperidade de nossos povos. As recentes eleições de líderes similares em países-chave, incluindo Iván Duque na Colômbia, e no último fim de semana Jair Bolsonaro no Brasil, são sinais positivos para o futuro da região e demonstram um crescente compromisso regional com os princípios do mercado livre, aberto e transparente e governança responsável — disse o conselheiro, na ocasião.
A visita a Bolsonaro acontecerá, se confirmada, após Eduardo Bolsonaro — filho do presidente eleito e deputado federal eleito — iniciar uma viagem pelos Estados Unidos, onde tentará se encontrar com autoridades americanas.
17/11/2018