Congresso mantém veto de Lula ao calendário fixo de emendas impositivas, garantindo controle do Executivo sobre liberações orçamentárias.

O Congresso Brasileiro decidiu nesta terça-feira, 28, manter o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao calendário fixo para pagamento de emendas impositivas, que havia sido aprovado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano. Com 244 votos a favor do governo na Câmara dos Deputados e 177 contra, a decisão foi mantida sem precisar passar pelo Senado.

A decisão do Palácio do Planalto em manter o veto surgiu após um acordo com os parlamentares, com o objetivo de liberar os recursos de emendas mais rapidamente. Essas emendas são essenciais para os políticos atenderem às demandas de suas bases eleitorais, principalmente em ano de eleições municipais.

Caso o veto fosse derrubado, o Orçamento da União se tornaria mais rígido. Nos últimos anos, o Congresso tem avançado no controle dos recursos orçamentários, inclusive com a obrigatoriedade de pagamento das emendas individuais e de bancada estadual. No entanto, o Executivo ainda possui controle sobre o ritmo de liberação dos recursos e pode utilizar esse poder para negociar apoio político a seus projetos.

O calendário estabelecido na LDO eliminaria esse poder de negociação do governo, o que foi um dos principais argumentos para a manutenção do veto. O relator da LDO, Danilo Forte (União-CE), elogiou a postura do ministro Padilha em propor um cronograma de execução orçamentária que avançasse de forma clara e real nas execuções das emendas parlamentares.

Diante da pressão dos parlamentares, o governo prometeu pagar o máximo possível das emendas impositivas até 30 de junho, visando manter o veto ao calendário. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, detalhou que a ideia é liberar a maior parte das emendas individuais para a saúde e assistência social, além de outras áreas específicas.

A data de 30 de junho é considerada crucial pelos parlamentares, especialmente em ano eleitoral. As emendas parlamentares são recursos que podem ser destinados pelos políticos a seus redutos eleitorais para financiar obras e políticas públicas. O ritmo de liberação desses recursos tem sido um ponto de tensão entre Executivo e Legislativo, e o governo conseguiu estabelecer um calendário próprio para viabilizar a manutenção do veto.

Durante a sessão do Congresso no dia 9, deputados e senadores recuperaram o controle de R$ 3,6 bilhões em recursos do Orçamento da União ao derrubar parcialmente um veto de Lula à Lei Orçamentária Anual. Isso elevou o total das emendas de comissão, que não são impositivas, para R$ 14,7 bilhões.

Em resumo, a decisão do Congresso em manter o veto de Lula ao calendário fixo de pagamento de emendas impositivas foi resultado de negociações políticas e da pressão dos parlamentares por uma liberação mais ágil de recursos para suas bases eleitorais. A manutenção do veto representa uma vitória do governo em manter o controle sobre o ritmo de liberação dos recursos orçamentários.

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