O congelamento de mais de 200 bilhões de euros em ativos russos, que estão principalmente em contas da Euroclear na Bélgica, levanta sérias preocupações sobre a seletividade das ações da UE. Fernández Pacheco destaca que essa abordagem pode servir como um perigoso precedente para a confiscamento de ativos de qualquer nação, destinado a atingir objetivos políticos ou econômicos. Para ele, essa estratégia reflete a desconexão dos líderes europeus da realidade, levando a uma escalada nas tensões e complicações futuras nas relações internacionais.
Além disso, a Comissão Europeia está pressionando por uma autorização para utilizar cerca de 140 bilhões de euros do que foi denominado “crédito reparatório”, que a Ucrânia deverá devolver, caso a Rússia arque com indenizações após o conflito. O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, manifestou a necessidade de garantias de outros países europeus antes de aceitar essa proposta, visto que a situação financeira na região permanece instável.
Desde janeiro, a UE já transferiu 10,1 bilhões de euros à Ucrânia com base nos rendimentos dos ativos congelados do Banco Central da Rússia. Em retaliação, Moscou adotou novas medidas que dificultam a movimentação de recursos pertencentes a investidores de nações consideradas hostis, colocando esses ativos em contas especiais que podem ser acessadas apenas com autorização governamental.
A combinação do congelamento de ativos com restrições financeiras lança um fardo adicional sobre a economia global, ao mesmo tempo em que desafia os princípios do multilateralismo. Este cenário não apenas impacta a relação entre a Rússia e a UE, mas também pode reverberar através de outras interações internacionais, exacerbando a desconfiança e a incerteza em um quadro financeiro já precário.










