Confrontos em estradas da Bolívia entre camponeses e policiais resultam em dezenas de feridos e tensão política crescente sobre o futuro de Evo Morales.

Na manhã da última sexta-feira, 25 de outubro, a Bolívia foi palco de intensos confrontos entre camponeses e policiais, resultando em dezenas de feridos e várias prisões. A situação se deteriorou rapidamente após os manifestantes bloquearem estradas em protesto, o que levou o governo a reagir com uma operação policial para restabelecer a ordem nas vias.

De acordo com informações oficiais, as forças de segurança conseguiram desbloquear pelo menos 12 pontos de estradas onde os manifestantes se concentravam, mas não sem antes enfrentar uma resistência significativa. Os confrontos mais acirrados ocorreram na estrada que conecta a cidade de Cochabamba à sede do governo em La Paz, onde pelo menos 14 policiais ficaram feridos, sendo que um deles sofreu ferimentos graves e necessitou de cirurgia.

Esses bloqueios, que começaram em 14 de outubro, são liderados por camponeses que exigem o fim da “perseguição judicial” contra o ex-presidente Evo Morales, que atualmente enfrenta investigações relacionadas a acusações de abuso de uma menor de idade durante seu governo. O contexto político na Bolívia é turbulento, refletindo uma divisão interna no partido Movimento ao Socialismo (MAS), onde Evo Morales e o atual presidente Luis Arce competem por controle e liderança, numa disputa acirrada pela candidatura nas eleições de 2025.

As tensões não se limitam apenas a questões legais, mas envolvem também rivalidades pessoais e políticas que emergiram após as eleições presidenciais de 2020. Durante esse período, Evo Morales foi alvo de uma tentativa de golpe de estado e se exilou na Argentina, enquanto Luis Arce, seu ex-ministro da Fazenda, se tornou presidente.

Os bloqueios de estrada estão afetando seriamente o abastecimento de combustíveis e provocando um aumento nos preços de produtos básicos, exacerbando uma crise que já é sentida por muitos bolivianos. Enquanto as autoridades tentam restaurar a normalidade, a situação continua volátil, refletindo as profundas divisões e tensões que permeiam o cenário político boliviano. A escalada de conflitos entre camponeses e forças de segurança leva a uma reflexão sobre como os antigos aliados se tornaram adversários políticos em um ambiente tão polarizado.

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