Conflito em Palmeira dos Índios: FUNAI Enfrenta Resistência na Regularização da Terra Indígena Xucuru-Kariri
Em uma situação tensa em Palmeira dos Índios, Alagoas, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) está encontrando obstáculos significativos na implementação de um processo judicial que visa a regularização fundiária da Terra Indígena Xucuru-Kariri. As dificuldades são amplamente atribuídas a ações hostis de algumas figuras políticas locais, incluindo um vereador e um ex-prefeito, cujas intervenções têm dificultado o trabalho das equipes técnicas designadas.
Cícero Albuquerque, coordenador da FUNAI na região, expressou preocupações sobre a desobediência à ordem judicial, ressaltando que tais decisões não estão abertas a debate, mas devem ser cumpridas. Ele frisou que os responsáveis por essa resistência não estão apenas criando um impedimento à FUNAI, mas também se colocando em confronto direto com a Justiça. Os métodos utilizados por esses grupos, que incluem a disseminação de vídeos e convocatórias, podem servir como provas contra eles, conforme alertou o coordenador.
A situação é cautelosa; Albuquerque não hesitou em afirmar que, se a obstrução continuar, a FUNAI poderá solicitar a intervenção de forças policiais para garantir o andamento dos trabalhos. “O que desejamos é um processo pacífico, mas se não houver colaboração, as situações se desdobrarão conforme o que a lei determina”, observou.
Um Grupo Técnico foi estabelecido para regularizar a situação fundiária da região, com representantes de diferentes especialidades, como indigenismo e engenharia agronômica. A equipe, liderada pelo engenheiro agrônomo Auen do Planalto Modesto Pimentel, começou suas atividades em agosto e tem um cronograma bem definido para realizar um levantamento das benfeitorias encontradas na área, além da elaboração de um relatório final.
Contudo, desde o início das atividades, os profissionais têm enfrentado diversas formas de hostilidade e intimidação, o que tem exacerbado o clima de tensão na região. Albuquerque lamenta que essa situação esteja sendo encarada como um impasse particular da FUNAI, ignorando o caráter legal e estatal da questão em pauta.
A FUNAI reafirma que sua missão é estritamente técnica e que o foco está em realizar a demarcação da terra de maneira legal e segura. Portanto, o órgão continua determinado a concluir o processo de forma transparente e que garanta a segurança de todas as partes envolvidas, apesar dos desafios que se apresentam.