A situação na capital agravou-se nos últimos dias, culminando em um terceiro dia de saques e protestos, com cidadãos levantando barricadas e confrontando as forças de segurança. Um momento crítico aconteceu em uma das penitenciárias de alta segurança de Maputo na quarta-feira, quando mais de 1.500 presos conseguiram fugir durante uma rebelião. Durante os confrontos entre detidos e agentes de segurança, 33 pessoas foram confirmadas mortas e cerca de 150 detentos foram recapturados, conforme declarou o comandante da polícia, Bernardino Rafael.
Além dos incidentes violentos nas prisões, os tumultos também afetaram o transporte aéreo, resultando no cancelamento de diversos voos. As instituições de segurança relataram um aumento de 236 atos de violência grave em apenas 24 horas, refletindo as tensões que permeiam o clima político do país. As forças policiais foram forçadas a usar munições para dispersar os manifestantes, enquanto vídeos impactantes de confrontos circulam nas redes sociais.
A situação inquietante em Maputo é um reflexo das crescentes insatisfações populares, alimentadas por um sentimento de exclusão e desconfiança em relação aos processos eleitorais. O Frelimo, por sua vez, enfrenta a pressão de uma oposição fervorosa que tem exigido maior transparência e justiça nas questões eleitorais. A instabilidade em Moçambique não é um fenômeno novo, mas os últimos eventos indicam um ponto de ebulição que pode ter repercussões de longo alcance para a política e a sociedade moçambicana.