O relatório da consultora StoneX destaca que o Irã e o Egito, dois dos maiores produtores de ureia na região, suspenderam suas operações devido à redução do fornecimento de gás, impactada pelos recentes conflitos. O Irã, que lidera a lista como o terceiro maior exportador mundial de ureia, com uma produção anual de 4,8 milhões de toneladas, e o Egito estão enfrentando dificuldades que podem comprometer a entrega de fertilizantes para o Brasil.
Os números são alarmantes: a capacidade de compra de fertilizantes por parte dos agricultores brasileiros atingiu seu nível mais baixo em mais de 30 meses, impulsionada pela queda nos preços das commodities agrícolas e pelo aumento dos custos dos insumos. Até agora, cerca de 61% das necessidades de fertilizantes para o segundo semestre foram adquiridas, mas nem todos os pedidos estão sendo atendidos, o que agrava a incerteza sobre a próxima colheita.
A situação no Oriente Médio, marcada por tensões constantes, intensificou-se nas últimas semanas, culminando em bombardeios dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas e a aprovação de um fechamento do estreito de Ormuz, uma rota essencial para o transporte de petróleo. Essa escalada de conflito não apenas ameaça a estabilidade regional, mas pode ter repercussões globais, afetando mercados e a disponibilidade de recursos essenciais como os fertilizantes.
Por outro lado, um possível acordo de cessar-fogo, anunciado pelo presidente Donald Trump, cria uma esperança de alívio. Com um novo entendimento em discussão, pode haver uma reavaliação das interações entre as potências envolvidas, o que poderia amenizar a pressão sobre os preços dos fertilizantes e, assim, minimizar o impacto para os agricultores brasileiros. Contudo, a situação ainda é volátil e os produtores devem se manter atentos ao desenrolar dos eventos no cenário internacional.