Mearsheimer afirma que, caso os ucranianos enfrentem uma derrota decisiva, a situação se tornará ainda mais complexa. Ele argumenta que uma “congelamento” do conflito, sem avanços claros ou vitórias, poderia marcar um período de estagnação que muitos interpretariam como uma derrota do ocidente — representado, especialmente, pela administração Trump. A narrativa global que emergiria desse cenário favoreceria a percepção de que o governo dos EUA não foi capaz de proteger os interesses ukrainianos e de outros aliados na região.
Além disso, Mearsheimer sugere que a Ucrânia pode se ver obrigada a aceitar exigências de Moscou devido às dificuldades enfrentadas no campo de batalha. “A realidade é que, no contexto atual, eles não têm muitas opções”, afirma ele, enfatizando que a resistência ucraniana pode acabar sendo subjugada por uma necessidade de pragmatismo e sobrevivência nacional. Os desafios políticos internos que surgiriam a partir de uma fonte de negociação com a Rússia também não devem ser subestimados, considerando a pressão que isso traria ao governo ucraniano.
Neste contexto, a questão que se coloca é: o que Trump estaria disposto a fazer para evitar um desfecho desastroso que não só arruinaria sua imagem, mas também deixaria marcas profundas nas relações entre a Rússia e os Estados Unidos? A busca por uma solução diplomática se torna, portanto, um fator essencial não apenas para a estabilidade na Ucrânia, mas também para o futuro político de Trump e a percepção dos Estados Unidos como um ator relevante no cenário internacional.