Conflito na Síria força mais de 280 mil pessoas a deixar suas casas, denuncia ONU em relatório alarmante sobre a atual crise humanitária.

A situação na Síria tem se deteriorado drasticamente, com mais de 280 mil pessoas obrigadas a fugir de suas residências em meio a um ressurgimento da violência no país. Essa drástica escalada, relatada por agências humanitárias, é o resultado de novas ofensivas militares que tornaram o já complicado cenário da guerra civil ainda mais caótico.

Desde o final de novembro, no contexto de atividades bélicas intensificadas, grupos armados, incluindo a Tahrir al-Sham, que anteriormente era conhecida como Frente al-Nusra, lançaram uma série de ataques coordenados contra as forças armadas do governo, principalmente nas regiões de Aleppo e Idlib. As operações, que são as mais significativas naquela área desde 2016, culminaram com a tomada da cidade de Aleppo e suas importantes infraestruturas, incluindo o aeroporto internacional.

Os impactos dessa nova onda de violência não são apenas imediatos, mas de longo alcance. O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (ENUCAH) reportou que mais de 30 instalações de saúde pararam de funcionar no noroeste do país desde o início dos combates. Essa interrupção no serviço médico acrescenta uma nova camada de calamidade ao sofrimento já intenso da população civil, exacerbando a crise humanitária existente.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) também alertou sobre a necessidade urgente de aumentar sua presença na Síria para atender a uma população em crescimento de pessoas necessitadas de assistência alimentar. A organização negocia a criação de corredores de abastecimento seguros, um passo crucial para garantir que a ajuda chegue aos mais vulneráveis em meio ao caos.

Enquanto isso, a comunidade internacional continua em busca de soluções duradouras para o conflito sírio, com negociações ocorrendo em duas frentes principais: a plataforma de Genebra, sob os auspícios da ONU, e as discussões em Astana, mediadas por Irã, Rússia e Turquia. As perspectivas de paz, no entanto, são ofuscadas pelas realidades brutais do conflito, que já dura mais de uma década e não mostra sinais de resolução iminente.

Com a instabilidade se intensificando e as necessidades básicas da população crescendo, a Síria se vê em um momento crítico, onde a ação imediata da comunidade global é não apenas necessária, mas imperativa para evitar uma catástrofe humanitária ainda maior.

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