Conflito familiar por drogas termina em incêndio e prisão de pai em Bauru; família busca proteção contra violência doméstica após episódio dramático.

No último domingo, 31 de agosto, um incêndio estrondoso em uma residência no bairro Pousada da Esperança, em Bauru, interior de São Paulo, gerou pânico entre vizinhos e uma série de desdobramentos policiais. O fogo, segundo relatos, foi provocado por um homem de 54 anos em um ato de desespero após uma acalorada discussão com sua esposa e seu filho, ambos também usuários de drogas. O incidente não apenas devastou a casa da família, como quase atingiu residências vizinhas, obrigando o Corpo de Bombeiros a intervir.

De acordo com o que apurou a polícia, a situação se deteriorou quando o homem, conhecido por atuar como catador de recicláveis, solicitou à esposa ou ao filho que buscassem drogas. Diante da recusa, seu comportamento tornou-se agressivo. Em um momento de fúria, ele jogou gasolina sobre objetos armazenados em casa e ateou fogo, resultando em um incêndio que rapidamente se alastrou, devido à presença de materiais inflamáveis, como plásticos e espumas.

Durante a apresentação do caso na delegacia, a esposa do acusado — com quem viveu por 30 anos e tem seis filhos — relatou já ter sido ameaçada em outras ocasiões. Ela expressou seu desejo de conseguir medidas protetivas para garantir sua segurança e a do filho que ainda reside com ela. O jovem de 17 anos também revelou sua intenção de denunciar o pai, manifestando um forte desejo de romper com o ciclo de violência.

A versão do suspeito, por outro lado, apresenta nuances diferentes. Ele negou as alegações de ter incorrido em ameaças e afirma que teria entrado em conflito com o filho por conta de objetos recicláveis. Segundo sua narrativa, o fogo teria começado sem a sua intenção, tendo ele se afastado do local antes que o incêndio se propagasse.

Diante das circunstâncias, a ocorrência foi inicialmente registrada na Central de Polícia Judiciária, mas uma vez detectados indícios de violência doméstica, o caso foi redirecionado para a Delegacia de Defesa da Mulher. Após análise, o delegado optou pela prisão em flagrante, considerando a credibilidade das declarações da esposa e do filho, ambos considerados vítimas pela autoridade. As investigações seguem, visando não só a responsabilização do autor do incêndio, como também a proteção da família envolvida.

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