Os ânimos se acirraram especialmente após a decisão de Motta em nomear Guilherme Derrite, deputado licenciado e atual secretário de Segurança do governo de Tarcísio em São Paulo, para relatar o PL Antifacção. Essa escolha foi vista por membros do PT como um movimento deliberado que poderia minar os esforços do governo em promover mudanças na área de segurança pública. Lindbergh Farias não hesitou em expressar sua insatisfação, relatando uma “quebra de confiança” na relação com o presidente da Câmara.
Interlocutores próximos a Motta afirmam que a tensão decorre não apenas dessa escolha, mas também do histórico de embates entre os dois, que se intensificaram quando o líder petista começou a judicializar questões debatidas na Câmara. O clima de hostilidade se tornou evidente nas redes sociais, onde Motta criticou o posicionamento do Planalto em relação ao projeto, afirmando que o governo errou ao se opor.
A aprovação do PL Antifacção gerou críticas dentro da base petista, que se sentiu atacada pela decisão de Motta. Para os petistas, a escolha de um relator que representa a oposição pode resultar em uma tentativa de impedir o avanço de propostas da administração Lula.
Agora, a expectativa gira em torno da continuidade desse conflito, especialmente com a tramitação da PEC da Segurança. Políticos do Centrão já influenciam o debate, alertando que o clima atual não favorece a proposta nos moldes desejados pelo governo. Com a relatoria nas mãos de Mendonça Filho, da União de Pernambuco, um político moderado, as novas discussões prometem gerar mais desavenças entre os grupos. O governo enfrenta um cenário desafiador, com a possibilidade de mudanças que podem afetar sua agenda de segurança pública.
