A represa em questão, chamada de Barragem Norte, foi construída em 1970 na Terra Indígena Ibirama Laklanõ Xokeng e é responsável por conter as cheias do Rio Itajaí-Açu, que afetam a região de Blumenau. O governador Jorginho Mello havia anunciado o fechamento da barragem em decorrência das chuvas, que poderiam causar enchentes de até 14 metros de altura na região. Segundo ele, foram feitas negociações com os indígenas e a polícia militar foi enviada para garantir a segurança da equipe responsável pelo fechamento das barragens.
No entanto, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) afirmou que o fechamento da Barragem Norte estava acordado com o Povo Xokleng e deveria ter ocorrido com a disponibilização de botes e outras medidas de segurança para proteger a comunidade indígena. Segundo o MPI, o governo de Santa Catarina não cumpriu as medidas de segurança exigidas pelos indígenas, colocando a vida do Povo Xokleng em risco. Isso motivou os protestos que acabaram reprimidos pela polícia.
O confronto resultou em três indígenas baleados, sendo um com perfuração no abdômen, um com perfuração na perna e outro com perfuração na coxa. Os indígenas foram encaminhados para atendimento hospitalar, mas não há informações atualizadas sobre seu estado de saúde.
Apesar dos conflitos, o governador Jorginho Mello comemorou o fechamento das barragens em um vídeo publicado nas redes sociais. Ele afirmou que foi necessário enfrentar diversas barreiras para chegar ao local, mas finalmente conseguiram fechar as barragens. Mello ressaltou que soldou o acesso ao local para evitar vandalismo e que a polícia vai manter vigilância para garantir que as barragens continuem fechadas.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina afirmou que o confronto foi pontual e envolveu apenas um grupo pequeno de indígenas. Segundo eles, todos os pedidos dos indígenas foram atendidos e cumpridos, e a represa estava sendo desocupada pacificamente pela manhã. No entanto, durante a operação, um grupo de indígenas atacou os policiais ao tentar retirar suas armas.
O Ministério dos Povos Indígenas lamentou a violência contra os indígenas e mobilizou a Polícia Federal e a Funai para garantir a segurança da comunidade. A pasta enviou representantes próprios e da Advocacia Geral da União (AGU) para acompanhar os desdobramentos e buscar a resolução do conflito sem novos confrontos. A situação continua evoluindo e espera-se que medidas sejam tomadas para garantir a segurança e o bem-estar do Povo Xokleng.