O protesto, que atraiu centenas de pessoas, foi uma resposta aos recentes episódios de deportações em massa e à presença ostensiva das autoridades de imigração na área. Os manifestantes estavam alinhados em frente ao centro de detenção, onde membros da Guarda Nacional, recentemente mobilizados, formavam uma linha defensiva com escudos antimotim. A situação rapidamente se intensificou, e a polícia disparou gás lacrimogêneo à medida que avançavam na tentativa de dispersar a multidão, forçando os manifestantes a recuar em meio a nuvens de gás.
É importante ressaltar que cerca de 300 soldados da Guarda Nacional foram enviados para Los Angeles sob ordens diretas de Trump, que criticou o governador da Califórnia, Gavin Newsom, e outros líderes democratas, acusando-os de inatividade frente aos protestos. A ativação da Guarda Nacional sem um pedido do governador é uma ocorrência rara e marca um ponto de inflexão nas táticas utilizadas pelas autoridades para lidar com manifestações civis.
Esse envio de tropas se seguiu a dois dias de protestos intensos, que começaram na sexta-feira, 6 de outubro, e se espalharam para áreas como Paramount e Compton, locais com forte concentração de população latina. Durante esses protestos, a tensão aumentou consideravelmente, especialmente quando os manifestantes tentaram bloquear a passagem de veículos da patrulha de fronteira em Paramount. Nesses momentos de confronto, algumas pessoas atiraram pedras, levando os agentes a responder com gás lacrimogêneo e outras munições não letais.
As tensões no clima de protesto foram exacerbadas por uma série de detenções de imigrantes realizadas pelas autoridades, que resultaram em mais de 100 prisões na cidade. O cenário se complicou ainda mais quando um líder sindical foi detido durante os protestos, acusado de obstruir o trabalho das autoridades. A escalada de conflitos em Los Angeles ilustra a crescente polarização sobre a questão da imigração nos Estados Unidos, refletindo as profundas divisões sociais e políticas que permeiam o país.