A FGV destacou que a confiança empresarial está abaixo do nível neutro de 100 pontos, mas com resultados divergentes entre os setores. Enquanto os setores de Serviços e Construção têm uma percepção sobre a situação atual com certa resiliência, os setores da Indústria e do Comércio apresentam sinais de desaceleração. As expectativas também se mostram menos otimistas em todos os setores, exceto na Construção, que tem uma previsão de um ambiente de negócios favorável nos próximos meses. No entanto, a preocupação reside no pessimismo que as empresas têm em relação ao horizonte de seis meses, pois esse fator costuma antecipar decisões de investimentos e contratações nos meses seguintes, afirmou Aloisio Campelo Júnior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).
O Índice de Confiança Empresarial é composto pelos dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. Os pesos são calculados de acordo com a participação desses setores na economia, levando em consideração informações retiradas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A FGV destaca que o objetivo desse índice é permitir uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
Em relação aos subíndices, o Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) teve um aumento de 0,9 ponto em setembro em relação a agosto, atingindo 94,5 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-E) registrou uma queda de 2,1 pontos, chegando a 93,1 pontos, com perdas em todos os componentes durante o mês. Os destaques negativos foram a avaliação da demanda nos próximos três meses, com uma queda de 1,9 ponto, e a tendência dos negócios nos próximos seis meses, com uma redução de 2,1 pontos, fechando o mês em 90,0 pontos, o que está mais distante do nível neutro de 100 pontos do que os outros componentes de expectativas, segundo a FGV.
Em setembro, a confiança dos serviços teve uma queda de 0,5 ponto, ficando em 96,9 pontos; a do comércio teve uma redução de 1,6 ponto, chegando a 92,2 pontos; a da indústria apresentou uma queda de 0,4 ponto, atingindo 91,0 pontos; e a construção registrou um aumento de 2,2 pontos, alcançando 98,1 pontos.
De acordo com a FGV, a confiança avançou em 43% dos 49 segmentos analisados pelo ICE.
As informações para o Índice de Confiança Empresarial foram coletadas de 3.818 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 26 de setembro.