Entre os pontos centrais da conferência está a expectativa de que grupos armados, incluindo o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), anunciem a sua dissolução e integrem suas forças às Forças Armadas da Síria. O governo sírio teria delineado o dia 5 de janeiro como um novo prazo para que as tropas curdas, integrantes das Forças Democráticas Sírias (SDF), também declare o fim de suas atividades armadas. Essa movimentação sinaliza uma tentativa do regime de Bashar al-Assad de consolidar controle e promover a estabilidade em regiões que ainda enfrentam resistência.
A nova liderança síria, representada por Ahmed al-Sharaa, tem mantido diálogos abertos com os militantes curdos, em uma tentativa de resolver os conflitos no nordeste do país. Essa abordagem está sendo diretamente ligada a um processo mais amplo de pacificação e reestruturação das forças armadas, já que, neste domingo, 49 oficializados de alta patente foram nomeados, incluindo antigos rebeldes e desertores que estiveram em conflito contra a regime.
Além dos aspectos militar e político, a conferência também abordará questões constitucionais, com estimativas de que a elaboração de uma nova constituição para a Síria possa levar até quatro anos. As preparações para novas eleições são vistas como parte desse processo de transição e podem resultar em desdobramentos significativos para a república árabe.
O cenário atual se intensificou desde novembro, quando grupos opositores lançaram uma ofensiva que culminou na entrada de forças rebeldes em Damasco, forçando a renúncia de Bashar al-Assad e seu exílio. O novo chefe do gabinete de transição, Mohammed al-Bashir, prometeu regularizar a situação política até março de 2025, em um momento crucial para a definição do futuro do país. A conferência planejada poderá ser um passo decisivo nessa longa jornada em busca de paz e estabilidade.