No setor de crédito destinado às pessoas físicas, houve uma queda de 4,9% nas concessões em junho, totalizando R$ 271,7 bilhões. Apesar dessa retração mensal, o segmento ainda acumula um crescimento robusto de 11,2% nos últimos 12 meses. Por outro lado, o crédito concedido às empresas apresentou um comportamento distinto, com um aumento significativo de 11,7% no mês, alcançando R$ 252,4 bilhões. Esse setor também demonstra um crescimento acumulado de 6,6% nos 12 meses encerrados em junho.
A taxa média de juros no crédito livre apresentou uma ligeira queda em junho, passando de 39,9% ao ano em maio para 39,6% ao ano, conforme revelado pelo Banco Central. Em junho do ano anterior, essa taxa estava significativamente mais alta, em 44,2% ao ano. Ao segmentar a análise para pessoas físicas, observa-se que a taxa média de juros diminuiu de 52,4% para 51,7% ao ano no período entre maio e junho. No setor empresarial, a taxa teve um pequeno aumento, passando de 20,6% para 20,9% ao ano.
Entre as principais linhas de crédito livre para pessoas físicas, o cheque especial se destacou com uma elevação na taxa de juros, de 131,9% ao ano em maio para 135,0% ao ano em junho. Em contrapartida, no crédito pessoal, a taxa de juros apresentou uma leve redução, passando de 41,7% para 40,2% ao ano no mesmo período.
Desde 2018, os bancos têm oferecido uma opção de parcelamento para dívidas no cheque especial, aplicável a débitos superiores a R$ 200. Além disso, desde janeiro de 2020, o Banco Central impõe uma limitação na taxa de juros do cheque especial, que não pode exceder 8% ao mês, ou 151,82% ao ano.
Os dados divulgados também indicam que, para a aquisição de veículos, a taxa de juros permaneceu estável em 25,5% ao ano entre maio e junho, após revisão dos dados de maio.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui tanto operações livres quanto direcionadas (com recursos da poupança e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES), diminuiu ligeiramente, de 27,8% ao ano em maio para 27,6% ao ano em junho. No mesmo mês de 2023, essa taxa estava em 31,4% ao ano.
Por fim, o Indicador de Custo de Crédito (ICC), que reflete o volume de juros pagos por consumidores e empresas em relação ao estoque total de operações, se manteve estável em 21,8% ao ano entre maio e junho. Este indicador é essencial para entender a taxa de juros média efetivamente paga pelos brasileiros nas operações de crédito em andamento.