A feira surgiu como um ponto de encontro para a comunidade de imigrantes, especialmente russos, ucranianos e poloneses, que chegaram ao Brasil principalmente ao longo do século XX. Nos dias de hoje, o evento atrai não apenas aqueles que possuem descendência dessas culturas, mas também brasileiros e estrangeiros em geral, interessados em vivenciar e aprender mais sobre as tradições do Leste Europeu. A organização da feira trabalha atualmente para buscar um reconhecimento oficial como Patrimônio Cultural Imaterial da cidade – uma forma de resgatar e valorizar essas heranças culturais.
De acordo com Tamara Gers Dimitrov, descendente de imigrantes russos, a feira também reflete as experiências e desafios enfrentados pelos imigrantes. Sua família tem uma história típica, com seu pai nascido na China e sua mãe na Alemanha, ambos com raízes russas. Tamara ressalta que a feira não apenas traz uma nova dimensão de valorização cultural, mas também contribui para a integração de novos imigrantes e a manutenção das tradições. A importância da igreja como um elo para manter vivas as raízes culturais também é mencionada por ela.
Demetrio Dimitrov, outro organizador do evento, compartilha da mesma visão e enfatiza a importância da feira para a coesão da comunidade. Ele observa que a recepção do público, tanto de brasileiros quanto de outros imigrantes, tem sido sempre positiva. Com uma variedade de pratos tradicionais à venda, como o pirozhki e o kvass, os visitantes se tornam receptores de um rico legado culinário, que é cuidadosamente apresentado como uma forma de preservar não apenas o sabor, mas a história de um povo.
Em síntese, a Feira Cultural Leste Europeia não é apenas um evento gastronômico ou uma festa; é um símbolo de resistência cultural e um espaço de acolhimento onde histórias e tradições do passado encontram novas vozes no presente, unindo diversas gerações em torno de uma rica herança cultural.
