Comissão externa realiza audiência sobre delimitação da Terra Indígena Kapôt Nhinore em Mato Grosso e Pará.

Nesta terça-feira (3), a comissão externa responsável por acompanhar as ações da Fundação Nacional do Índio (Funai) na delimitação da Terra Indígena Kapôt Nhinore realizará uma nova audiência pública. O encontro está agendado para as 14 horas, porém, o local ainda não foi definido.

A Terra Indígena Kapôt Nhĩnore abrange uma extensão de 362.243 hectares nos municípios de Vila Rica e Santa Cruz do Xingu, em Mato Grosso, e São Félix do Xingu, no Pará. Essa área é considerada sagrada para os povos Yudjá (Juruna) e Mebengokrê (Kayapó), sendo o local de nascimento do importante cacique Raoni, que há 40 anos reivindica os direitos sobre essa região.

A deputada Coronel Fernanda (PL-MT), coordenadora da comissão, propôs o debate como forma de analisar o processo de demarcação em questão. Essa iniciativa visa garantir uma maior transparência e a participação de todas as partes interessadas no processo, considerando que, recentemente, prefeitos locais manifestaram críticas quanto ao início desse processo.

Os prefeitos argumentam que os municípios interessados não foram consultados antes da Funai aprovar os estudos de identificação e demarcação das terras, ocorrido no mês de julho. Essa falta de consulta prévia gerou indignação e questionamentos por parte dos gestores municipais, que alegam a necessidade de serem ouvidos e considerados nesse tipo de decisão.

Essa nova audiência pública surge como uma oportunidade para que todas as partes envolvidas possam expressar suas visões, apresentar argumentos e buscar um consenso. Os debates realizados nesse contexto são fundamentais para o fortalecimento da democracia e para a busca por soluções justas e equilibradas para as questões relacionadas à demarcação de terras indígenas.

O acompanhamento das ações da Funai nesse processo é de extrema importância, pois envolve aspectos políticos, jurídicos e sociais que exigem uma análise aprofundada. A comissão externa tem a responsabilidade de assegurar que todas as etapas sejam realizadas de maneira adequada, respeitando os direitos dos povos indígenas e garantindo a sustentabilidade ambiental da região.

É essencial que essa comissão atue com imparcialidade e autonomia, buscando promover o diálogo entre as diferentes partes envolvidas e buscando um entendimento comum que leve em consideração os interesses de todos os atores desse processo. Somente assim será possível alcançar uma solução satisfatória e justa para essa questão em particular.

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