Comissão do Senado ouve ex-assessor de Moraes em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro e criticam ministro por supostos excessos durante eleições de 2022.

Na última terça-feira, a Comissão de Segurança Pública do Senado, sob a presidência de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), promoveu uma audiência pública que atraiu a atenção do cenário político nacional. O foco da reunião foi o depoimento de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). O evento, realizado de forma remota, coincidia com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de golpe de Estado, elevando a tensão e as expectativas em torno das discussões.

Durante sua apresentação, Tagliaferro trouxe à tona sérias alegações sobre possíveis abusos de autoridade e ordens ilegais emitidas por Moraes enquanto este presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022, no período das eleições gerais. O relato do ex-assessor é emblemático, especialmente em um contexto em que críticos do ex-presidente buscam descentralizar a responsabilidade por ações e fatos controversos ocorridos durante o processo eleitoral.

O ambiente da audiência foi marcado pela presença de diversos parlamentares alinhados ao bolsonarismo, entre eles Magno Malta (PL-ES) e Eduardo Girão (Novo-CE). Esses políticos aproveitaram a oportunidade para reforçar suas críticas em relação à atuação de Moraes, que se tornou uma figura central nas tensões políticas do país. Flávio Bolsonaro, ao abrir os trabalhos, não poupou palavras e classificou o julgamento de seu pai como uma “farsa”, questionando até a sanidade mental do ministro.

Paralelamente, Moraes, durante a leitura do relatório no julgamento, fez uma defesa contundente da atuação do STF, argumentando que as instituições brasileiras têm se mostrado firmes na preservação da democracia e na resistência a quaisquer tentativas de retrocesso. Ele destacou que as instituições não se permitirão ser cooptadas por ameaças ou coações.

Essa audiência pública, além de ser um espaço de debate sobre a condução do processo eleitoral e a atuação das instituições, servo também para intensificar os embates entre os grupos de apoio e os críticos ao governo do ex-presidente Bolsonaro, refletindo as divisões políticas que marcam o Brasil atualmente.

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