O jovem preso portava 59 pinos de cocaína, além de um caderno com anotações que indicavam a movimentação financeira do tráfico. Frases como “CV – qualquer violação reclamar na boca” estavam inscritas nas embalagens de droga, evidenciando a conexão direta entre o jovem e a facção criminosa. Durante o interrogatório, o detido admitiu a ligação com o Comando Vermelho e relatou que um líder da facção em Resende, no estado do Rio, havia dado a ordem para que ele e outros comparsas iniciassem a venda de entorpecentes nas cidades de Arapeí e Bananal.
O ano de 2024 trouxe à tona uma série de ocorrências ligadas ao CV na região. As investigações da Polícia Civil identificaram que a atuação do grupo estava especialmente concentrada no bairro da Palha, conhecido por sua proximidade a um bar local. Em novembro, uma mulher foi detida em flagrante enquanto guardava drogas em casa a pedido de traficantes identificados como “Benzemah”, “Loco” e “TNT”.
Em uma operação conduzida em dezembro de 2024, a Polícia Civil executou mandados de prisão e busca e apreensão em Bananal, empregando cães da Polícia Militar e um helicóptero da instituição. O resultado foi a prisão de sete indivíduos, além da apreensão de um menor.
As investigações prosseguem sob segredo de Justiça no fórum local, e até o momento, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não se manifestou sobre os casos.
Um levantamento aponta que pelo menos 23 municípios paulistas teriam registrado a influência do Comando Vermelho nos últimos três anos. Relatórios indicam que a facção carioca vem ocupando espaço em várias regiões do estado, especialmente onde a criminalidade, incluindo taxas de homicídio, está em ascensão. A Polícia Civil e o Ministério Público local acreditam que a presença do CV tem crescido à medida que o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção predominante em São Paulo, estaria redirecionando seu foco para o tráfico no atacado e atividades internacionais, deixando o varejo e as “biqueiras” em segundo plano.
