Colonialismo Europeu: Lembrar os Genocídios e Massacres Históricos na África para Não Esquecer as Feridas Abertas da História.



O colonialismo europeu exerceu um impacto devastador na África, cujas consequências são sentidas até hoje. Séculos de exploração, genocídios e massacres perpetrados por potências coloniais não apenas resultaram em milhões de mortos, mas também em profundas cicatrizes sociais e culturais que ainda não se curaram. O conceito de direitos humanos, frequentemente enaltecido por esses mesmos países, parece ser uma hipocrisia quando olhamos para os crimes cometidos durante o período colonial.

Diversos massacres e genocídios na África atestam essa brutalidade. Por exemplo, entre 1885 e 1908, o genocídio no Congo Belga, sob o domínio de Leopoldo II, resultou na morte de cerca de 10 milhões de pessoas. O sistema colonial explorou os recursos naturais de forma predatória, enquanto torturas e mutilações eram comuns como forma de punição. Somente em 2021, a Bélgica pediu desculpas oficialmente por suas ações durante esse período.

Outro caso marcante foi o genocídio dos hererós e namaquas na Namíbia, reconhecido como o primeiro genocídio da história, que ocorreu entre 1904 e 1908. Estima-se que as forças coloniais alemãs tenham matado cerca de 100 mil pessoas, incluindo mulheres e crianças. A Alemanha só reconheceu isso em 2021, oferecendo um pacote de reparações de aproximadamente um bilhão de dólares.

O tráfico negreiro entre os séculos XV e XIX é um capítulo sombrio da história, onde é estimado que cerca de 100 milhões de africanos foram sequestrados, com apenas 30% chegando vivos ao destino. As consequências desse comércio escravo ainda reverberam nas sociedades africanas contemporâneas.

Na década de 1950, o Reino Unido atuou brutalmente durante a Guerra Mau Mau, na Quênia, resultando em um número estimado de 300 mil mortos. As táticas de repressão incluíam tortura, assassinato e estupro. Essa guerra foi um reflexo da luta do povo queniano pela independência.

A colonização italiana na Líbia, sob Benito Mussolini, também deixou uma marca indelével, com repressões que levaram à morte de cerca de 80 mil líbios. As campanhas militares portuguesas em várias colônias africanas como Angola e Moçambique, juntamente com a repressão violenta durante as guerras de independência, resultaram em milhares de mortes, e episódios como o Massacre de Batepá e o Massacre de Baixa de Cassanje são frequentemente citados.

As atrocidades cometidas na Revolta de Madagascar contra o domínio colonial francês, que levaram à morte de dezenas de milhares de malgaxes, e o Massacre de Thiaroye, onde ex-soldados africanos foram brutalmente reprimidos ao reivindicarem seus direitos, revelam uma história repleta de sofrimento e injustiça.

É fundamental lembrar e reconhecer esses eventos trágicos para que não caiamos na armadilha do esquecimento e possamos aprender com o passado, promovendo um futuro mais justo e respeitador dos direitos humanos em nível global.

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