Colômbia concorda com deportações dos EUA e evita sanções de Trump após impasse diplomático sobre voos de migrantes deportados.



Em um importante desenvolvimento nas relações entre Colômbia e Estados Unidos, o governo colombiano anunciou a aceitação de voos com migrantes deportados, um movimento que pode desviar uma crise diplomática iminente. A decisão foi confirmada por porta-vozes da Casa Branca, que também indicaram que as sanções previamente anunciadas, incluindo tarifas sobre produtos colombianos, não entrarão em vigor enquanto Bogotá cumprir com o acordo. Isso ocorre após um período de tensões elevadas entre os dois países, especialmente após o presidente colombiano, Gustavo Petro, ter se recusado a permitir o pouso de aeronaves de deportação nos últimos dias.

A escalada da crise teve início quando Petro ordenou que cerca de 15 mil cidadãos americanos na Colômbia se apresentassem às autoridades de imigração para regularizar suas situações. Essa medida foi uma resposta direta às pressões do governo de Donald Trump, que havia declarado sua intenção de impor tarifas de 25% sobre produtos colombianos como forma de retaliação. Em resposta, o presidente colombiano ameaçou implementar seus próprios impostos sobre os produtos dos Estados Unidos, indicando que as tensões poderiam se agravar ainda mais.

O acordo de aceitação de deportados será uma mudança significativa nas relações entre os dois países e reflete uma tentativa de ambos os lados de evitar uma escalada ainda mais grave. A Casa Branca salientou que as sanções relacionadas a vistos permanecerão em vigor até que o primeiro voo de deportação efetivamente aterrisse na Colômbia. Essa política de deportação em massa, que Trump anunciou durante sua campanha eleitoral, visa intensificar o controle das fronteiras dos Estados Unidos e acaba impactando diretamente na dinâmica da imigração regional.

Além disso, as questões de deportação também suscitam discussões mais amplas no contexto sul-americano. O Itamaraty brasileiro declarou estar preocupado com os métodos utilizados nas deportações, referindo-se ao tratamento considerado “degradante” de brasileiros deportados que chegaram ao Brasil algemados. O debate sobre migração, deportação e os direitos dos imigrantes continua a ser uma questão sensível e relevante tanto para a Colômbia quanto para os Estados Unidos.

No contexto mais amplo, entre outubro de 2023 e setembro de 2024, mais de 2,1 milhões de migrantes foram detidos na fronteira sudoeste dos Estados Unidos, um número significativo que destaca a magnitude da questão migratória na região e os esforços contínuos para controlar a situação. A jornada à frente para o governo colombiano será desafiadora, enquanto procura equilibrar suas relações diplomáticas com as exigências do governo dos Estados Unidos e as realidades internas de imigração.

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