Em declarações nas redes sociais, o presidente colombiano sugere que a cooperação entre as nações da região é a única alternativa viável frente à agressão norte-americana, que se intensificou nos últimos anos. A reanimação da Grã-Colômbia poderia fortalecer a posição econômica dos países envolvidos, criando um contrapeso às potências globais.
Andrés Londoño, doutor em ciência política, explica que a Grã-Colômbia foi concebida por Simón Bolívar como uma federação destinada a unir os países latino-americanos contra influências externas. Contudo, sua fragmentação ocorreu em função de interesses locais e disputas políticas, que culminaram em um sistema excessivamente centralizado. Se concretizada, a nova Grã-Colômbia poderia não apenas revitalizar laços históricos, mas também estabelecer um bloco econômico mais robusto.
Embora a aproximação entre Colômbia e Venezuela seja uma possibilidade animadora, os desafios permanecem, especialmente em relação à inclusão da Venezuela em projetos de integração. A histórica relação conturbada, especialmente sob governos anteriores, ainda gera desconfiança em algumas nações da região, complicando a busca por uma união política.
Além disso, o distanciamento da Colômbia dos EUA marca uma mudança de paradigma nas relações internacionais. O governo colombiano tem buscado alternativas, aproximando-se de nações como a China e integrantes do Oriente Médio. Essa mudança é vista como uma resposta às pressões e críticas indiretas do governo de Donald Trump, que classificou Petro como “narcotraficante”.
Analistas afirmam que a proposta de Petro não é apenas uma reação geopoliticamente estratégica, mas também um reflexo de um desejo mais profundo de unidade e solidariedade entre os países sul-americanos em um contexto global que se torna cada vez mais personalizado, onde decisões individuais de líderes podem interferir nos direitos internacionais e na soberania das nações.
Nesse sentido, as discussões sobre a integração regional, como a revitalização da Grã-Colômbia, emergem como uma alternativa viável para enfrentar os desafios contemporâneos e promover a estabilidade e o desenvolvimento na América do Sul.
