Colômbia Afirma Que Suspensão do Tratado de Livre Comércio com EUA é Decisão Unilateral de Washington, Desafiando Ameaças de Donald Trump a Gustavo Petro.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou que a suspensão do Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos é uma “decisão unilateral” tomada por Washington. A declaração surgiu em meio a tensões diplomáticas acentuadas entre os dois países, especialmente após o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA em 2025, que trouxe consigo uma nova onda de tarifas sobre produtos colombianos.

Petro fez esta afirmação durante uma resposta ao ex-presidente Iván Duque, que havia levantado preocupações sobre a possível suspensão do acordo comercial, citando o atual clima de relações entre a Colômbia e os Estados Unidos. Para o mandatário colombiano, o TLC já foi de fato rompido, uma vez que a imposição de tarifas de 10% pelos EUA constitui uma violação clara dos termos do acordo. Ele concluiu que, com essa ruptura, a Colômbia recupera sua liberdade econômica, uma posição que, segundo ele, deve ser celebrada.

O relacionamento entre os dois países se deteriorou ainda mais quando Trump, em uma recente publicação nas redes sociais, qualificou Petro como um “traficante de drogas ilegal”, insinuando que o presidente colombiano favorece a produção de entorpecentes em grande escala. Esta acusação foi recebida com indignação por parte de Petro, que considerou as palavras de seu homólogo americano como grosseiras e desgastadas, provenientes de uma visão distorcida da realidade colombiana.

Petro respondeu a essas alegações determinando o retorno imediato de seu embaixador em Washington, Daniel García-Peña, para consultas. Essa decisão reflete uma medida estratégica em resposta às ameaças de Trump, que já havia sugerido uma possível intervenção militar na Colômbia sob o pretexto de combater o narcotráfico, fato que alarmou o governo colombiano.

O presidente colombiano chamou atenção para o aumento da atividade militar dos EUA na região do Caribe, que, segundo críticos, está mais preocupada em expandir sua influência do que em realmente combater o narcotráfico. Este cenário estabelece um complexo tabuleiro geopolítico, onde a Colômbia, dependendo dos EUA para exportações, encontra-se em um dilema estratégico sobre como gerenciar sua autonomia enquanto tenta proteger sua economia.

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