Colapso iminente: 50 mil gestantes enfrentam pesadelo em sistema de saúde caótico na Faixa de Gaza, alerta representante da ONU

A situação das mulheres grávidas na Faixa de Gaza é descrita como um “pesadelo” por Dominic Allen, representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) para a Palestina. Em entrevista à CNN, Allen alertou para o colapso iminente do sistema de saúde na região, que já se encontrava em estado crítico e foi agravado pela reação israelense à ofensiva terrorista do Hamas.

De acordo com o UNFPA, aproximadamente 5.000 das 50.000 mulheres grávidas na Faixa de Gaza devem dar à luz no próximo mês, e algumas delas podem enfrentar complicações no parto. A falta de recursos, roupas, higiene e apoio aumenta ainda mais a angústia dessas mulheres, que não têm certeza do que o futuro reserva para elas e seus bebês.

Allen compartilhou relatos angustiantes de hospitais em Gaza, incluindo o testemunho de uma parteira que revelou não conseguir chegar à maternidade devido à falta de segurança e ao medo de bombardeios. Ele enfatizou a importância de garantir o acesso dos profissionais de saúde e da ajuda humanitária a Gaza, e pediu a abertura de um corredor humanitário para atender às necessidades urgentes da população.

A crise humanitária em Gaza se intensificou após o ataque do Hamas em 7 de outubro, levando Israel a impor um bloqueio total na região, que já sofria com um bloqueio há 16 anos. Esse bloqueio impede a entrada de alimentos, água e eletricidade, deixando 2,4 milhões de pessoas em situação desesperadora.

Os ataques israelenses na Faixa de Gaza resultaram na morte de 2.329 pessoas, segundo o Ministério da Saúde palestino do Hamas. Além disso, mais de 9.000 pessoas ficaram feridas nos bombardeios retaliatórios. Relatos anteriores também apontaram para mais de 700 crianças mortas desde o início do conflito.

Diante dessa situação crítica, o Papa Francisco fez um apelo para a criação urgente de corredores humanitários em Gaza. Ele enfatizou a importância de se respeitar o direito humanitário e proteger a população civil, especialmente crianças, idosos, doentes e mulheres. O Papa também pediu pela libertação dos reféns mantidos pelo Hamas no sul de Israel.

A situação das mulheres grávidas na Faixa de Gaza é apenas um reflexo de uma crise humanitária mais ampla, que exige uma resposta urgente e efetiva da comunidade internacional. A garantia do acesso à saúde e a prestação de assistência humanitária nessas circunstâncias são medidas essenciais para salvaguardar a vida e a dignidade das pessoas afetadas por esse conflito.

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