A história do códice é tão intrigante quanto sua materialidade. Durante décadas, o manuscrito ficou guardado na Fazenda de Hagenes, onde foi visto como uma relíquia familiar até sua entrega à Biblioteca Nacional da Noruega no início deste ano. A conservação e a análise detalhadas do texto revelaram características que a Biblioteca descreveu como “extraordinariamente rústicas”. A execução, considerada irregular, e a encadernação simples e caseira sugerem que foi produzido por um artesão local, utilizando materiais disponíveis na Noruega da época.
Chiara Palandri, conservadora da Biblioteca Nacional, destacou a singularidade do códice, ressaltando não apenas sua idade, mas também seus traços de produção artesanal. A correia de couro que envolve o livro pode ter sido confeccionada a partir de pele de rena, demonstrando um aspecto prático e ao mesmo tempo estético que caracteriza muitos dos artefatos medievais.
Esse achado traz à tona questões sobre a preservação de documentos históricos e a importância da história cultural norueguesa. Além disso, o manuscrito abre um leque de possibilidades para os pesquisadores que estudam o impacto da religião cristã na Escandinávia medieval, assim como as tradições de escrita e produção de livros na região.
Portanto, o códice não é apenas um exemplar de importância histórica; ele também representa um elo com o passado que nos permite compreender melhor a vida, a fé e a arte da Noruega do século XIII. Seu reconhecimento como um dos mais antigos livros do país suscita um renovado interesse pela história medieval norueguesa e promove um olhar mais atento sobre a preservação de peças culturais significativas.









