A cobertura vacinal global é medida através da adesão à terceira dose da vacina dtp, que protege contra difteria, tétano e coqueluche. Em 2023, o percentual de crianças imunizadas foi de 84%, o mesmo que em 2022. Antes da pandemia, em 2019, o índice havia alcançado 86%, mas caiu para 81% em 2021, ano mais crítico da crise sanitária.
No entanto, a situação piorou em relação ao número total de crianças sem nenhuma dose de vacina dtp, que aumentou para 21 milhões em 2023. A diretora da OMS ressaltou que esses números estão acima dos registrados em 2019, quando eram 18,2 milhões de crianças desprotegidas.
Apesar dos desafios, Katherine destacou alguns avanços, como o aumento da cobertura vacinal nas regiões da África e das Américas. No Brasil, a cobertura com a terceira dose da dtp subiu para 77% em 2022, impulsionando a melhora dos indicadores na região. Além disso, o país registrou uma redução no número de crianças sem nenhuma dose de vacina, saindo do ranking dos 20 países com mais crianças não imunizadas.
No entanto, ainda há desafios a serem superados, especialmente em relação à vacinação contra o sarampo, que continua estagnada e tem sido associada ao aumento de casos da doença. A OMS e a Unicef alertam para a importância de alcançar uma cobertura vacinal mais alta para prevenir surtos e proteger as crianças em maior risco. Nos últimos cinco anos, países com cobertura vacinal inadequada tiveram mais surtos em comparação com aqueles com taxas acima de 90%.
Em suma, o cenário global da cobertura vacinal em 2023 destaca a importância de intensificar os esforços para garantir que todas as crianças tenham acesso às vacinas necessárias, visando alcançar os objetivos de saúde pública estabelecidos para a próxima década.