As novas diretrizes, que entrarão em vigor em 1º de junho de 2026, surgem em um contexto marcado pela crise do Banco Master. A compra deste banco pelo Banco de Brasília (BRB) está sob investigações judiciais e deliberações do Ministério Público. Embora o Banco Central (BC) tenha mantido silêncio sobre a possibilidade de que outras instituições sejam impactadas por esta decisão, a expectativa é que as normas sejam amplamente abrangentes.
Essas diretrizes visam coibir práticas arriscadas na captação de recursos, nas quais instituições financeiras oferecem produtos como Certificados de Depósito Bancário (CDB) e promessas de altas rentabilidades. Tais práticas têm levado a investimentos de alto risco que geram crises de liquidez e podem prejudicar os investidores.
A principal mudança introduzida diz respeito à alavancagem das instituições financeiras. A expectativa é que, a partir do próximo ano, instituições que operem com alavancagem excessiva, superando dez vezes o seu Patrimônio Líquido Ajustado, sejam obrigadas a investir o excedente em títulos públicos federais, considerados mais seguros. Essa medida tem como objetivo diminuir o grau de risco ao qual essas instituições estão expostas.
Além disso, o FGC também passará a ter uma nova estrutura de contribuições mensais. O CMN aperfeiçoou as normas da contribuição adicional, elevando o multiplicador dessa taxa de 0,01% para 0,02%. Com essa mudança, o valor de referência e as captações que definem a obrigatoriedade de pagamento da taxa extra foram ajustados.
Em nota oficial, o Banco Central garantiu que essas alterações são projetadas para mitigar o risco moral, essencialmente evitando que instituições que enfrentem dificuldades apostem na possibilidade de receber ajuda externa, ao mesmo tempo que não inviabilizam o crescimento saudável e competitivo do setor financeiro.
O CMN, presidido pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e composto por outras figuras-chave como a Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e o Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, busca, com essas decisões, fortalecer as bases da captação de recursos e garantir uma maior segurança para os investidores no cenário financeiro nacional.