Civis representam 83% das mortes palestinas em Gaza, revelam dados da inteligência militar israelense; comparações com genocídios históricos são alarmantes.

Um levantamento realizado pela inteligência militar israelense revela que uma alarmante maioria de 83% dos palestinos mortos em Gaza, desde o início da ofensiva militar em outubro de 2023 até maio de 2025, eram civis. Esta informação foi obtida através de uma investigação colaborativa envolvendo diversos veículos de comunicação.

De acordo com os dados, um banco de informações sigilosas utilizado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) identificou cerca de 8,9 mil óbitos na região como sendo de combatentes da Jihad Islâmica Palestina ou do Hamas. Por outro lado, o ministério da Saúde de Gaza, sob administração do Hamas, reportou um número significativamente mais elevado, estimando que pelo menos 53 mil palestinos foram mortos nesse intervalo de tempo.

Esses números suscitam reflexões preocupantes, levando especialistas a traçar paralelos com outras tragédias históricas, como o genocídio de Ruanda em 1994 e o massacre de Srebrenica em 1995. A taxa de fatalidades civis, ressaltam as fontes que contribuíram para a investigação, é um dos índices mais altos observados em conflitos armados contemporâneos.

O direito internacional proíbe ataques direcionados a civis que não participam diretamente dos combates, um princípio que parece estar sendo desconsiderado. A análise revelou que há uma prática de rotular vítimas como combatentes sem provas concretas. Um segundo banco de dados mantém registros de mais de 47 mil palestinos como supostos membros do Hamas, muitos dos quais foram, segundo os relatos, classificados como combatentes postumamente.

Apesar de a contagem de mortos de Gaza ser publicamente desconsiderada por autoridades israelenses, informações obtidas durante a investigação indicam que o exército de Israel poderia considerar esses números de forma válida. A discrepância entre os dados anunciados e a realidade tem sido forte, e o ex-general israelense Itzhak Brik declarou que não há uma real correspondência entre os números divulgados e a situação no terreno.

O governo de Israel justifica suas ações como respostas a ameaças impostas pelo Hamas, formação política classificada como terrorista por diversas nações. O conflito, marcado por uma intensa atuação militar em áreas urbanas, resultou em um alarmante número de vítimas civis e levantou questões sobre o impacto humanitário das operações.

Adicionalmente, acusações de genocídio e deslocamento forçado da população palestina têm amplificado as críticas às ações israelenses, que, segundo críticos, buscam mais que objetivos estratégicos de segurança, propondo um possível deslocamento permanente dos palestinos para outras regiões. A situação atual em Gaza é marcada por um elevado índice de mortes e uma crise humanitária crescente, tornando a resolução do conflito cada vez mais complexa e urgente.

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