Cinco países latino-americanos exigem fim do assédio a opositores venezuelanos refugiados na Embaixada Argentina em Caracas

Na última sexta-feira, os governos da Argentina, Costa Rica, Guatemala, Paraguai e Uruguai fizeram um comunicado conjunto exigindo o fim do assédio, perseguição e repressão a opositores na Venezuela. Além disso, eles pediram a emissão de salvos-condutos para seis opositores que estão asilados há mais de cem dias na Embaixada da Argentina em Caracas. Entre esses opositores, cinco são membros da campanha liderada por María Corina Machado, representados pelo diplomata Edmundo González, após a inabilitação da candidatura de Machado pela Justiça.

Os governos desses cinco países expressaram preocupação com as eleições presidenciais que ocorrerão em 28 de julho na Venezuela, onde Nicolás Maduro busca um terceiro mandato e enfrentará Edmundo González, que herdou o favoritismo de María Corina. Maduro chegou a afirmar que haveria risco de “banho de sangue” e “guerra civil” no país caso seja derrotado, declaração vista pelo governo brasileiro como uma bravata diante das pesquisas de opinião que mostram Maduro atrás de González.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o Brasil só irá atuar na questão venezuelana se for chamado por representantes de Maduro e da oposição, seguindo o espírito do acordo assinado em Barbados em 2023, mediado pela Noruega com a ajuda de diversos países.

O comunicado conjunto dos cinco países latino-americanos foi divulgado um dia depois de Maduro chamar o presidente da Argentina, Javier Milei, de “maldito” e acusá-lo de querer sabotar as eleições na Venezuela. O governo argentino respondeu, afirmando que são apenas palavras de um ditador e expressando preocupação com a falta de democracia no país vizinho.

As tensões entre os dois países aumentaram ainda mais com a prisão do chefe de segurança de María Corina, a menos de duas semanas das eleições. A oposição venezuelana relatou ainda a prisão de nove pessoas em quatro estados do país, elevando o número de presos políticos para mais de 50, de acordo com ONGs de direitos humanos venezuelanas. A situação na Venezuela permanece delicada e sob constante monitoramento da comunidade internacional.

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