O glioma é classificado em quatro estágios, sendo o quarto, também conhecido como glioblastoma, o mais agressivo. Pacientes diagnosticados nesse estágio muitas vezes enfrentam uma expectativa de vida de apenas 12 a 15 meses. Apesar dos imensos esforços da comunidade científica, ainda não houve um avanço significativo que levasse a uma cura definitiva. Os tratamentos atualmente disponíveis incluem remoção cirúrgica, quimioterapia e radioterapia, métodos que frequentemente resultam em reincidências, pois as células tumorais têm a capacidade de se dispersar e proliferar novamente.
A professora Pavlova alerta que a quimioterapia, em particular, apresenta um desafio complexo. Embora tenha como objetivo eliminar as células cancerígenas, ela também afeta células saudáveis, o que pode comprometer ainda mais a saúde dos pacientes. De acordo com os especialistas, muitas pessoas acabam sucumbindo às complicações decorrentes do tratamento, não diretamente ao tumor em si.
Um foco interessante da pesquisa de Pavlova é a necessidade de amadurecer as células tumorais imaturas, que são responsáveis pela divisão celular e pelo crescimento do tumor. Ela sugere que, em vez de tentar exterminá-las completamente, seria mais eficaz interromper sua capacidade de se dividir. Este pensamento inovador poderia levar ao desenvolvimento de uma nova terapia que não apenas atacasse as células cancerígenas, mas também preservasse as células saudáveis, permitindo um tratamento mais seguro e menos traumático.
Uma estratégia proposta envolve o uso de aptâmeros — fragmentos de DNA ou RNA que se ligam especificamente a moléculas-alvo — para induzir a apoptose, um processo celular natural que leva à morte programada das células. A abordagem visa não só eliminar as células cancerígenas, mas também diferenciar as células-tronco tumorais, potencialmente impedindo a recorrência do tumor.
A expectativa é que essas novas investigações proporcionem um caminho promissor na luta contra o glioma, oferecendo esperança a muitos pacientes e suas famílias. Se bem-sucedida, essa pesquisa poderá revolucionar o tratamento do câncer, combinando inovação tecnológica com uma abordagem mais personalizada e segura.