Para desvendar essas informações, os pesquisadores examinaram uma variedade de artefatos e microfósseis, como fitólitos, grânulos de amido e fungos, que estavam associados a cerâmicas da época. A análise evidenciou que o arroz era um alimento básico para essas comunidades, e a presença de restos orgânicos associados a recipientes de cerâmica indicou sua utilização na fermentação de bebidas.
Os especialistas identificaram fragmentos de cerâmica designados para diferentes funções, incluindo fermentação, armazenamento e preparo. Essas vasilhas eram parte integral dos hábitos alimentares e culturais do povo Shangshan. A identificação de fitólitos de arroz domesticado e a análise de elementos fúngicos, como leveduras e mofo, forneceram uma visão detalhada do que poderia ser uma das formas mais antigas de produção de cerveja na história da humanidade.
As descobertas favorecem a ideia de que o uso do arroz na fabricação de bebidas fermentadas pode ter desempenhado um papel significativo nas práticas sociais e culturais dessas civilizações, marcando um momento crucial na história da interação entre cultura e agricultura. A distribuição dos microfósseis encontrados nas diferentes cerâmicas também sugere que certas vasilhas eram propositadamente moldadas para a fermentação, refletindo um sofisticado entendimento e aplicação das técnicas de produção de alimentos.
A relevância dessa pesquisa se estende além da mera curiosidade histórica; ela conecta a evolução da dieta humana com o desenvolvimento de técnicas agrícolas e sociais ao longo do tempo. Essa descoberta mostra como práticas comuns, como a preparação de alimentos e bebidas, podem estar entrelaçadas com a formação das sociedades humanas.