A pesquisa, realizada com mais de 40 mil americanos ao longo de quase duas décadas, revela que o consumo matutino de café pode proporcionar riscos reduzidos de morte precoce. Segundo os dados, aqueles que tomam café apenas pela manhã apresentaram uma diminuição de 16% no risco de morte por qualquer causa e uma redução ainda mais significativa — de 31% — no risco de morte por doenças cardiovasculares. Em contrapartida, não foram evidenciadas diferenças significativas nos indicadores de saúde entre os indivíduos que não consumiram a bebida e aqueles que optaram por tomá-la em horários variados ao longo do dia.
Os especialistas sugerem que esses resultados possam estar relacionados à influência da cafeína na produção de melatonina, um hormônio fundamental para a qualidade do sono. A gastroenterologista Ekaterina Kashukh enfatizou a importância do sono adequado como um dos pilares para uma vida longa e saudável, afirmando que a interrupção desse ciclo natural pode ser prejudicial.
Por outro lado, a nutricionista Yulia Chernobrovkina pontua que o café possui propriedades anti-inflamatórias, atribuídas às biosubstâncias presentes na bebida, que podem trazer benefícios à saúde, mesmo se consumido fora do horário recomendado. Ela reforça que, embora o ideal seja consumir a bebida pela manhã, isso não significa que o consumo em outros horários seja necessariamente nocivo.
Com esses novos dados, o debate sobre o café ganha novas dimensões, tornando-se mais complexo e multifacetado. As tradições culturais em torno do consumo do café, especialmente em países como o Brasil, podem ser revisitadas à luz dessas descobertas. É importante que cada indivíduo considere sua saúde, estilo de vida e padrões de sono ao decidir quando e como consumir essa tão apreciada bebida.