A diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, Ane Alencar, complementou as preocupações ao destacar que os incêndios florestais recorrentes estão acelerando o processo de deterioração do bioma. Segundo ela, a Amazônia é o segundo ecossistema mais afetado pelo fogo no Brasil, perdendo apenas para o Cerrado. A atividade humana tem contribuído significativamente para a fragmentação da floresta, tornando-a mais vulnerável.
O governo, por sua vez, apresentou dados positivos de redução do desmatamento, mas admitiu a continuidade da degradação do bioma devido aos incêndios florestais. O Secretário da área no Ministério do Meio Ambiente, André Lima, destacou que a taxa de desmatamento amazônico do ano passado foi a menor desde 2019 e que a redução do desmatamento aumentou nos últimos meses. Entre as ações para evitar o “ponto de não retorno”, Lima mencionou investimentos em bioeconomia e restauração agroflorestal, além da importância da aprovação do projeto de lei de manejo integrado do fogo.
O superintendente da Fundação Amazônia Sustentável, Virgílio Viana, também fez apelos ao Congresso Nacional para aprovar medidas em prol da conservação ambiental. Ele destacou a importância de ouvir a ciência e evitar propostas que possam prejudicar o meio ambiente. O debate na Câmara foi visto como crucial pelo deputado Dorinaldo Malafaia, que ressaltou a necessidade de enfrentar o negacionismo científico e de tomar decisões baseadas em evidências científicas. A questão do “ponto de não retorno” na Amazônia é urgente e demanda ações imediatas para proteger esse importante bioma.