Cientistas Desenvolvem Material Ecológico que Protege Contra Radiação Usando Argilas e Resíduos de Vidro, Apoiando Sustentabilidade e Segurança em Usinas Nucleares.

Cientistas russos, em colaboração com colegas iraquianos, realizaram uma importante inovação na proteção contra radiação radioativa ao desenvolver novos materiais ecológicos. Este avanço se dá por meio da criação de uma cerâmica que combina argilas minerais e resíduos de vidro, material que se revela eficaz na proteção contra diferentes tipos de radiação. Os resultados da pesquisa foram divulgados no renomado Journal of Science: Advanced Materials and Devices.

A radiação é classificada em três tipos principais: alfa, beta e gama. Cada um requer diferentes formas de blindagem. Por exemplo, a radiação alfa é facilmente bloqueada por uma folha de papel, enquanto a radiação beta pode ser detida por materiais como vidro ou metais leves. Por outro lado, a radiação gama, que é a mais penetrante, demanda o uso de substâncias com alta densidade, como chumbo e tungstênio, que são mais caros e, no caso do chumbo, tóxicos.

O professor Oleg Tashlykov, da Universidade Federal dos Urais, fez um alerta sobre o aumento da demanda por materiais de proteção, especialmente com a construção de novos reatores nucleares e o uso crescente de substâncias radioativas na medicina. Segundo ele, a combinação de argila, resíduos de vidro e uma pequena quantidade de ácido bórico resulta em uma cerâmica duradoura e de baixo custo, com a capacidade de proteger eficientemente contra a radiação gama. Um dos principais objetivos é utilizar materiais que sejam ambientalmente sustentáveis e amplamente disponíveis, facilitando a fabricação a partir de recursos locais.

Embora a eficácia de blindagem dessa nova cerâmica seja inferior à dos concretos ricos em óxidos pesados, ela se destaca em aplicações onde o uso de chumbo é impróprio. Isso serve tanto para instalações que priorizam a segurança ambiental quanto para a resistência mecânica. Por exemplo, o material pode ser utilizado no revestimento de salas de raios X em ambientes médicos.

A equipe científica enfrenta ainda o desafio de otimizar a composição da cerâmica e testar sua eficácia sob diversas condições ambientais, incluindo umidade e ciclagens térmicas.Essa inovação traz a promessa de reciclar resíduos do setor de vidro enquanto fornece soluções para a construção de instalações radioativas sem os riscos associados ao chumbo. Assim, os cientistas visam criar um futuro mais seguro e sustentável nas áreas de energia nuclear e saúde.

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