Estudos anteriores, realizados em 2017, permitiram que os cientistas perfurassem o fundo do mar próximas à Antártica Ocidental, onde encontraram evidências bem preservadas desses habitats pré-históricos. Após anos de análise, a equipe liderada pelo geólogo marinho Johann Klages, do Instituto Alfred Wegener, confirmou, em 2020, a descoberta de uma teia de raízes fossilizadas e evidências de pólen que datam do Cretáceo Médio. Essas amostras agora oferecem uma prova concreta da presença de árvores produtoras de resina no terreno que um dia foi coberto por florestas exuberantes.
O âmbar, material que normalmente é procurado por colecionadores e pesquisadores por sua capacidade de preservar vestígios de vida antiga, foi protegido pela rápida cobertura de água na época. Essa preservação foi essencial, pois a hidrometria alta evitou a exposição da resina a radiações danosas, como a radiação ultravioleta, e impediu o processo de oxidação.
Klages comentou sobre a importância dessa descoberta, ressaltando que, em diferentes períodos da história geológica, todos os continentes apresentaram condições climáticas que possibilitaram a existência de árvores produtoras de resina. Com essa nova evidência, os cientistas esperam decifrar mais sobre esse ecossistema perdido, incluindo investigações sobre seus riscos, como incêndios, e a possibilidade de descobrir mais vestígios de vida preservados no âmbar. A pesquisa não apenas preenche lacunas no conhecimento sobre a Antártica, mas também abre novos caminhos para compreendermos a dinâmica das florestas tropicais ao longo da história da Terra.