Com o aumento alarmante de casos de intoxicação por metanol no Brasil, especialmente em São Paulo, a implementação dessa técnica poderia servir como uma ferramenta eficaz de prevenção. No entanto, a falta de demanda da indústria tem sido um obstáculo significativo. De acordo com a assessoria da Unesp, a tecnologia é aplicável não apenas para destilados como cachaça, vodca e uísque, mas também para amostras de gasolina e etanol, possibilitando um amplo alcance de uso que inclui desde produtores de petróleo até casas de eventos e, é claro, consumidores.
A mecânica do método é relativamente simples e não exige mão de obra especializada nem equipamentos laboratoriais complexos. Larissa Modesto, mestranda do IQ e uma das criadoras da solução, destacou que o ideal seria que os proprietários de bares e eventos realizassem os testes no momento da recepção das bebidas, garantindo assim a segurança de seus consumidores. A preocupação com a saúde pública é crescente, e Larissa expressou esperança de que a comercialização do método finalmente ocorra, auxiliando na resolução de um problema de saúde global.
O funcionamento do método é feito em duas etapas rápidas: no primeiro passo, um tipo de sal é adicionado à bebida, convertendo o metanol, se presente, em formol. Subsequentemente, um ácido é introduzido na mistura, alterando a cor da solução. Essa mudança é visível a olho nu e permite a identificação dos níveis de metanol: um tom verde indica ausência de metanol significativo, enquanto cores mais escuras sinalizam concentrações variadas, que podem ser perigosas.
Conforme a legislação nacional, o limite seguro de metanol em bebidas destiladas é de 20 miligramas por cada 100 mililitros, equivalendo a uma quantidade mínima e perigosa. Casos de intoxicação são alarmantes, com relatórios recentes indicando uma série de notificações e até óbitos vinculados à substância, destacando a urgência de um método eficaz de detecção.
Nos últimos dias, a Unesp recebeu interesse de alguns estabelecimentos que desejam adquirir a tecnologia. Para que isso se concretize, será necessária produção em larga escala, e as empresas interessadas são convidadas a entrar em contato com a Agência Unesp de Inovação para discutir possibilidades de parceria e viabilização da proposta. Essa inovação não apenas poderia garantir a segurança nas bebidas consumidas, mas também criar uma rede de proteção em torno da saúde pública.