A prática conhecida como “revisão por pares” é um procedimento fundamental no meio acadêmico, onde especialistas analisam e validam trabalhos antes de sua publicação. Contudo, o caso de Malafaia lançou uma sombra de desconfiança sobre a validade de até 34 artigos que ele publicou, gerando um impacto significativo em sua carreira. Um dos nomes usados indevidamente foi o do toxicologista Michael Bertram, que expressou seu desconforto e chateação ao descobrir que sua identidade foi utilizada em um processo que considera antiético.
Em resposta à situação, Malafaia lançou uma “Carta aberta à comunidade científica”, onde negou as acusações e sugeriu que hackers poderiam ter sido os responsáveis pela manipulação de seus dados profissionais. Ele afirmou: “É inconcebível pensar que qualquer conquista que eu tenha alcançado tenha sido construída com base na falsificação”. A carta, que contém 28 páginas, tenta explicar os eventos que levaram às alegações e busca defender sua reputação em um momento tão delicado.
Até o presente momento, a editora responsável pela revista já retirou mais de 20 publicações de Malafaia de seus arquivos e ainda pode remover outros 47 artigos, o que o colocaria entre os cientistas com mais estudos cancelados mundialmente. O Instituto Federal Goiano, no entanto, ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, deixando a comunidade acadêmica atenta aos desdobramentos desse episódio que pode abalar a confiança nas práticas científicas no Brasil.
O escândalo reitera a importância de manter um rigoroso código de ética na pesquisa científica, bem como reforça a necessidade de um sistema de revisão por pares verdadeiramente independente e confiável.
