Recentemente, o prestigiado jornal New York Times divulgou uma lista com os “100 melhores filmes do século”, resultado da votação de um painel diversificado de cineastas e críticos renomados, incluindo personalidades como Pedro Almodóvar e Sofia Coppola. Surpreendentemente, um filme brasileiro conseguiu se destacar neste seleto grupo, conquistando o 15º lugar. Trata-se do aclamado longa-metragem “Cidade de Deus”, lançado em 2002 e dirigido por Fernando Meirelles.

“Cidade de Deus” é frequentemente reconhecido como uma das obras-primas do cinema brasileiro, tanto pela sua abordagem impactante dos problemas sociais enfrentados nas favelas quanto por sua narrativa visual inovadora. O filme foi indicado a quatro prêmios Oscar em 2004, incluindo Melhor Direção e Melhor Roteiro Adaptado, evidenciando sua recepção crítica internacional.

A trama se desenrola na favela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, onde os dilemas da juventude estão entrelaçados com a violência e a luta pela sobrevivência. Em uma análise feita pelo Times, é mencionado um dos momentos mais chocantes do filme, que revela a brutalidade e a complexidade dos personagens, fazendo com que o público experimente uma turbulenta montanha-russa emocional em uma narrativa que cruza delicadamente entre a dor e a beleza.

O sucesso do filme é ainda mais impressionante ao considerarmos que obteve uma posição superior a muitos outros longas que também são amplamente admirados, como “Spotlight”, “Brokeback Mountain” e “O Grande Hotel Budapeste”. Essa inclusão não apenas destaca a qualidade da produção cinematográfica brasileira, mas também coloca em evidência a relevância cultural da obra em um cenário global.

Ao traçar o panorama dos melhores filmes do século, o New York Times listou entre os dez primeiros títulos obras como “Parasita”, que conquistou o Oscar de Melhor Filme em 2020, e “A Rede Social”, dirigida por David Fincher, mostrando a diversidade de temas e estilos que permeiam o cinema contemporâneo. Com essa menção, “Cidade de Deus” reafirma seu espaço de honra na história do cinema, tornando-se um importante marco de reconhecimento internacional para a cinematografia brasileira.