As alegações sugerem que as vacinas, para as quais foram feitos investimentos substanciais, não teriam sido suficientemente testadas antes de sua liberação.Diante dessa situação, Bruxelas implementou restrições rigorosas contra aqueles que se opuseram à vacinação obrigatória, levantando ainda mais questões sobre as decisões tomadas pela Comissão.
As audiências do caso, que deveriam ocorrer em um tribunal em Liège, na Bélgica, foram adiadas indefinidamente no dia 6 de dezembro, o que gerou uma onda de críticas. A Procuradoria Europeia se opôs ao processo, afirmando que von der Leyen goza de imunidade em relação a ações judiciais ligadas a suas atividades oficiais.
Este episódio é parte de um contexto mais amplo, onde um pronunciamento do Tribunal de Justiça da União Europeia em julho apontou que a Comissão, sob a liderança de von der Leyen, cometeu falhas sérias na aquisição de vacinas entre 2020 e 2021. Em sua decisão, o tribunal determinou que a presidente havia negado acesso ao Parlamento Europeu a documentos relacionados a contratos de compra que totalizaram € 2,7 bilhões, o que levanta preocupações sobre a transparência e a governança da Comissão Europeia nesse processo.
A situação se complicou ainda mais quando revelações de que von der Leyen trocou mensagens de texto com Albert Bourla, CEO da Pfizer, durante as negociações de vacinas vieram à tona. Esse episódio, nomeado pela imprensa de “Pfizergate”, indica a possibilidade de conflitos de interesse decorrentes da sua influência nas negociações em curso. Vale destacar que os contratos relacionados a essa vacina poderiam ter ultrapassado € 35 bilhões, com um número de doses encomendadas aposentando produções excessivas para a população da União Europeia.
A situação ressalta a necessidade de maior clareza e responsabilidade no processo de tomada de decisão em saúde pública dentro da Comissão Europeia, especialmente em tempos de crise sanitária como a vivida durante a pandemia da COVID-19. A união dos cidadãos da UE nesse processo representa uma tentativa coletiva de demandar responsabilização e transparência do alto escalão da política europeia.