Recentemente, o governo chinês anunciou um novo incentivo: um auxílio financeiro anual de 3.600 yuans, equivalente a cerca de R$ 2.700, por cada criança de até três anos. A política é uma tentativa de aliviar algumas das preocupações financeiras que pesam sobre os jovens casais, especialmente em um cenário econômico desafiador, marcado pelo aumento do desemprego juvenil e uma desaceleração econômica que retarda a formação de famílias e a decisão de ter filhos. Apesar da oferta de incentivo, a adesão a essa proposta enfrenta resistência considerável.
Desde a revogação da polêmica política do filho único em 2016, que permitiu duas crianças, e a ampliação para três em 2021, as taxas de natalidade ainda não mostraram sinais de recuperação significativa. Na verdade, a população chinesa tem diminuído nos últimos três anos consecutivos, embora tenha havido uma leve recuperação no número de nascimentos no último ano.
Outro fator que agrava a situação é o elevado custo de criar uma criança na China. Estimativas do Instituto de Pesquisa Populacional YuWa, com sede em Pequim, apontam que a criação de um filho até os 18 anos pode custar em média 538 mil yuans, aproximadamente R$ 408 mil. Esse montante é mais de seis vezes superior ao PIB per capita do país, colocando a China entre os lugares mais onerosos do mundo para criar filhos. Assim, somado a uma cultura que prioriza carreira e estabilidade financeira, muitos jovens têm optado por postergar ou até mesmo renunciar à ideia de constituir uma família.
A pressão para reverter esse quadro de natalidade em declínio se torna cada vez mais crucial, à medida que as autoridades chinesas tentam encontrar um equilíbrio entre as necessidades econômicas e sociais da população jovem e os desafios impostos por uma demografia que envelhece rapidamente.