Segundo ministro da Agricultura, medida atinge 65 empresas brasileiras. Governo chinês pediu explicações sobre irregularidades apontadas na operação Carne Fraca.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, informou nesta segunda-feira (20) que o governo chinês pediu esclarecimentos sobre as investigações que apontam irregularidades cometidas por frigoríficos brasileiros, reveladas pela Operação Carne Fraca. Segundo o ministro, a China decidiu reter em seus portos as cargas de carne vindas do Brasil até que essas informações cheguem e sejam avaliadas.
Maggi informou que 65 empresas têm hoje autorização para exportar carne para a China. E que a decisão daquele país de reter o produto em seus portos atinge todas elas.
Além da China, a União Europeia, a Coreia do Sul e o Chile também anunciaram medidas contra a carne brasileira. A Comissão Europeia informou que está monitorando as importações de carne e exigiu que o Brasil suspenda, temporariamente, exportação de empresas envolvidas na Operação Carne Fraca. Nenhum nome de empresa foi citado.
Segundo Maggi, até o momento o governo brasileiro recebeu, de maneira oficial, apenas o comunicado da China.
“Oficial até agora é uma manifestação via Itamaraty, da China, suspendendo o desembaraço dos conteineres que estão nos portos. Não há embargo da China por enquanto. O que tem é que os conteineres que estão lá não podem sair do porto e ir em direção aos mercados que já estavamos vendidos”, disse Maggi a jornalistas, em Brasília.
Carne Fraca
Essas medidas são uma resposta às revelações da operação da Polícia Federal, deflagrada na semana passada, que investiga a existência de um esquema montado para liberar irregularmente licenças para venda de carne e fraudar a fiscalização de frigoríficos. Segundo a PF, servidores do governo estão envolvidos nas irregularidades.
De acordo com a investigação, agentes do governo teriam recebido propina para liberar licenças de frigoríficos, que vendiam carne vencida no mercado interno e no exterior, além de usar produtos químicos para mascarar os produtos estragados. Ainda segundo a PF, os partidos PP e PMDB eram beneficiados com propina do esquema.
A operação envolve grandes empresas do setor, como a BRF Brasil, que controla marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém Friboi, Seara, Swift, entre outras marcas, mas também frigoríficos menores, como Mastercarnes, Souza Ramos e Peccin, do Paraná, e Larissa, que tem unidades no Paraná e em São Paulo.
g1
20/03/2017









