O cenário geopolítico atual, marcado por restrições impostas por potências ocidentais, vem incentivando os fabricantes chineses a transferirem suas operações para a África. Com as tarifas de importação que podem atingir até 100% impostas por EUA, México e União Europeia, a estratégia de produzir localmente emerge como uma solução viável. Isso evita custos adicionais e proporciona uma competitividade maior frente a veículos de outras origens.
Além do Egito, outras iniciativas estão ocorrendo no continente. A Chery, por exemplo, está em negociação com o Quênia para implementar uma linha de montagem. Outras montadoras, como a BYD Auto, têm se aventurado em países como Marrocos, Ruanda, África do Sul, Zâmbia e Madagascar, ampliando suas operações e explorando a mão de obra local.
Consultores e analistas do setor acreditam que a movimentação das montadoras pode fortalecer os vínculos da China com a África, criando um novo eixo de comércio e inovação em tecnologia automotiva. Com uma população crescente e uma demanda potencial por veículos elétricos, a África se torna um terreno fértil para as montadoras que buscam não só expandir suas operações, mas também contribuir para a industrialização do continente.
Assim, observamos que a rivalidade entre China, EUA e Europa não apenas determina como as empresas chinesas se adaptam, mas também como poderá ser moldado o futuro do mercado automobilístico africano, com a China desempenhando um papel cada vez mais central.