Recentemente, foram registradas várias transações de grande porte, incluindo dez que superaram a marca de US$ 100 milhões. Essa onda de investimentos ocorre em um ambiente de crescente tensão geopolítica, o que tem dificultado a aceitação das empresas chinesas em países como Canadá e Estados Unidos.
O apetite da China por minerais é enorme, já que ela é a maior consumidora global de diversas matérias-primas cruciais. Com isso, muitos analistas acreditam que essas aquisições são uma estratégia para se precaver contra possíveis restrições e sanções que possam surgir no futuro. Essa intensidade na busca por recursos não mostra sinais de desaceleração; por exemplo, a Zijin Mining anunciou recentemente a compra de uma mina de ouro no Cazaquistão por US$ 1,2 bilhão, enquanto outras empresas chinesas, como a Baiyin Nonferrous, adquiriram operações de cobre e ouro no Brasil.
Embora a Iniciativa Cinturão e Rota, um dos principais projetos de investimento chinês em infraestrutura, tenha sido parcialmente reduzida, os investimentos em mineração permanecem robustos, alinhados com a transição do país para setores de alta tecnologia, como baterias elétricas e energia renovável. As empresas chinesas estão se tornando cada vez mais sofisticadas em suas operações, adotando abordagens mais estratégicas tanto em termos financeiros quanto operacionais.
Enquanto a China continua a dominar o processamento de recursos minerais críticos, ela ainda depende da importação de matérias-primas. Em resposta, países ocidentais têm buscado alternativas para reduzir essa dependência, com nações como Canadá e Austrália mostrando maior cautela em relação a investimentos chineses, destacando a importância estratégica desses recursos no atual cenário global. Com empresas como CMOC, MMG e Zijin à frente das aquisições, a tendência é que as operações no setor se intensifiquem ainda mais nos próximos anos.