China é pressionada a respeitar direitos de defensores de direitos humanos detidos e fornecer informações sobre condições de encarceramento, solicita relatora da ONU.

A relatora especial sobre a Situação dos Defensores de Direitos Humanos, Mary Lawlor, fez um apelo à China para que respeite os direitos de defensores de direitos humanos detidos em seu território. Em uma declaração formal, respaldada por três outras especialistas, Lawlor expressou preocupações graves sobre as condições a que estão submetidos os prisioneiros, ressaltando a necessidade de garantir que eles não sejam vítimas de tortura ou maus-tratos nas instalações prisionais chinesas.

De acordo com a relatora, existem alegações recorrentes de que os prisioneiros têm sido privados do direito a visitas de familiares e não recebem os cuidados médicos adequados. Essa situação, segundo Lawlor, é alarmante e requer atenção imediata. Ela solicitou ao governo chinês a garantia de que os detentos possam receber visitas de seus parentes e de advogados, bem como a informação sobre locais de detenção reconhecidos oficialmente, assegurando que os interesses legítimos de qualquer parte interessada sejam atendidos.

Apesar dessas reivindicações, as autoridades chinesas responderam apenas de forma genérica, sem fornecer detalhes adequados sobre o tratamento dos defensores de direitos humanos que estão em prisão. Lawlor destacou que somente informações limitadas foram disponibilizadas em relação a dois dos sete casos que levantou. Ela tinha solicitado dados específicos sobre a saúde e o tratamento de defensores como Ding Jiaxi, Huang Qi, e Ilham Tohti, entre outros, mas a resposta do governo foi insatisfatória.

A relatora também se debruçou sobre o caso do destacado advogado de direitos humanos Gao Zhisheng, cujo paradeiro é desconhecido desde 2017. A esposa de Gao, Geng He, que vive nos Estados Unidos, tem buscado incansavelmente informações sobre seu destino. Durante um evento recente em Washington, ela reiterou seu clamor por ajuda, revelando a angustiante incerteza que a família enfrenta.

As autoridades chinesas afirmaram anteriormente que Gao foi libertado em 2014 e negaram a ocorrência de desaparecimento forçado. No entanto, após um boletim de ocorrência registrado pela família, o governo declarou que o caso ainda estava em aberto e uma investigação estava sendo realizada, mas sem qualquer resultado até o presente momento.

Mary Lawlor enfatizou sua preocupação em relação à falta de progresso nas investigações sobre o desaparecimento de Gao Zhisheng e reiterou sua urgência em que as autoridades chinesas esclareçam o destino do advogado e de outros defensores de direitos humanos detidos. Este caso, assim como muitos outros, ressalta a contínua luta por transparência e respeito aos direitos humanos na China.

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